Chegado o momento
em que tudo é tudo
dos teus pés ao ventre
das ancas à nuca
ouve-se a torrente
de um rio confuso
Levanta-se o vento
Comparece a lua
Entre línguas e dentes
este sol nocturno
Nos teus quatro membros
de curvos arbustos
lavra um só incêndio
que se torna muitos
Cadente silêncio
sob o que murmuras
Por fora por dentro
do bosque do púbis
crepitam-me os dedos
tocando alaúde
nas cordas dos nervos
a que te reduzes
Assim o momento
em que tudo é tudo
Mais concretamente
água fogo música
David Mourão Ferreira
Este post não contará com a companhia de uma imagem... a imagem será recriada pela imaginação do leitor. Fecha os olhos... e recria... relembra... recorda...
Oiço a minha música, as minhas árias... desdobro-me no meu verdadeiro eu e sinto...
terça-feira, 31 de julho de 2007
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2 comentários:
Belo.
ardi..
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