Elevador do Lavra
Lavra a terra oblíqua
íngreme iníqua
com pedregulhos quadrados
lomba dos sete costados.
Faculdades, necrotérios
exactamente ao contrário
das flores do cemitério.
No alto do grande esforço
dos guinchos e cabrestantes
só faltam saltos de corço.
Torel, Touril, touros mansos
a bramir na vâ colina.
Mártires da Pátria, gansos
grasnam a dor matutina.
José Carlos González
~~~
Porto Sentido
Quem vem e atravessa o rio,
Junto à Serra do Pilar,
Vê um velho casario
Que se entende até ao mar.
Quem te vê ao vir da ponte
És cascata sanjoanina
Erigida sobre um monte,
No meio da neblina,
Por ruelas e calçadas,
Da Ribeira até à Foz,
Por pedras sujas e gastas
E lampeões tristes e sós.
Esse teu ar grave e sério
Num rosto de cantaria
Que nos oculta o mistério
Dessa luz bela e sombria.
Ver-te assim abandonado
Nesse timbre pardacento,
Nesse teu jeito fechado
De quem moi um sentimento...
E é sempre a primeira vez,
Em cada regresso a casa,
Rever-te nessa altivez
De milhafre ferido na asa.
Carlos Tê
Lavra a terra oblíqua
íngreme iníqua
com pedregulhos quadrados
lomba dos sete costados.
Faculdades, necrotérios
exactamente ao contrário
das flores do cemitério.
No alto do grande esforço
dos guinchos e cabrestantes
só faltam saltos de corço.
Torel, Touril, touros mansos
a bramir na vâ colina.
Mártires da Pátria, gansos
grasnam a dor matutina.
José Carlos González
~~~
Porto Sentido
Quem vem e atravessa o rio,
Junto à Serra do Pilar,
Vê um velho casario
Que se entende até ao mar.
Quem te vê ao vir da ponte
És cascata sanjoanina
Erigida sobre um monte,
No meio da neblina,
Por ruelas e calçadas,
Da Ribeira até à Foz,
Por pedras sujas e gastas
E lampeões tristes e sós.
Esse teu ar grave e sério
Num rosto de cantaria
Que nos oculta o mistério
Dessa luz bela e sombria.
Ver-te assim abandonado
Nesse timbre pardacento,
Nesse teu jeito fechado
De quem moi um sentimento...
E é sempre a primeira vez,
Em cada regresso a casa,
Rever-te nessa altivez
De milhafre ferido na asa.
Carlos Tê
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